Pronunciamente sobre ameaça de morte contra dirigente do PSOL
Mandato - Jose Nery
Qua, 19 de março de 2008 10:55
Com extrema preocupação ocupo esta tribuna para denunciar um fato gravíssimo ocorrido em Unaí – MG nesta semana. Trata-se da ameaça de morte contra Paulo Melo, dirigente e militante do PSOL naquele Município, feita através de carta anônima no último dia 16 de março de 2008, cujo conteúdo transcrevo para que Vossas Excelências tomem conhecimento da intolerância e da virulência presente em um Município situada a apenas 180 km da Capital Federal.
Unaí se tornou tristemente conhecida pelos crimes de pistolagem do latifúndio contra trabalhadores rurais e contra Fiscais do Ministério do Trabalho que exerciam suas funções de fiscalização contra a prática de trabalho escravo nas propriedades dos irmãos Mânica, que possuem extensas áreas de terras e grande influência política no Município.
Transcrevo a seguir, na íntegra, os termos da carta de ameaça recebida pelo dirigente do PSOL de Unaí-MG:
“Paulo Merda
Vagabundo vai trabalhar, cabeça parada é oficina do diabo. Fofoqueiro da oposição, safado, jamais Antério e Norberto vai ser preso, jamais.
Vai ser colunista de jornal de verdade, não de jornalzinho de distribuição gratuita. A eleição já está ganha otário o povo não é bobo, o povo reconhece o que foi feito.
Nós vamos eleger Antério novamente e prisão jamais. Fiscal, a não ser do meio ambiente, nenhum presta, fiscal corrupto morreu e já fedeu. Já era.
Fiscal corrupto, e colunista pilantra tem que passar o cerol mesmo. Abra o seu olho e cala essa boca, porque quem fala muito dá bom dia a cavalo.
Se você não tem medo de falar eu não tenho medo de encontrar você por aí. Moramos bem próximos e na mesma cidade, seu otário.
Você vai provar do próprio veneno que você está produzindo, o tiro vai voltar contra a culatra.
Você sozinho não irá conseguir destruir a união de 25.000 pessoas.
Safado continua cavando a sua própria morada – porque é lá que você irá colher os frutos que você está plantando.
Paulo Merda.”
É preocupante que nos dias de hoje ainda tenhamos que conviver com tanta intolerância e violência. O formato e conteúdo da carta apócrifa mostra uma linguagem de quem está acostumado a fazer ameaças e amedrontar pessoas. Quero pedir aos órgãos competentes que ajam imediatamente e preventivamente para que mais uma vida não seja ceifada por pistoleiros a mando de latifundiários assassinos na cidade de Unaí.
Solicito às autoridades do Ministério da Justiça, através da Polícia Federal, que investigue a presente denúncia e dê proteção e segurança a Paulo Melo e à sua família enquanto perdurar as ameaças.
Das autoridades policiais e judiciárias do Estado de Minas Gerais, solicito as providências que resguardem a segurança e o bem estar ao ameaçado, e que investigue a fundo mais esta ameaça à livre manifestação das idéias e posicionamentos políticos naquele Município.
Essa reação desesperada e ameaçadora de assassinos e pistoleiros que agem a mando de fazendeiros e poderosos no Município de Unaí, mostra que a impunidade é que faz repetir a onda de ameaças contra quem diverge daqueles que “mandam e desmandam” naquele Município de Minas Gerais.
No último número do Jornal “NOSSA TERRA, NOSSA GENTE”, editado por Paulo Melo, o editorial é um libelo em favor da paz e do fim da guerra no campo naquele município, ao tempo em que pede o fim da impunidade e que os assassinos dos fiscais sejam condenados e os mandantes do crime também sejam encarcerados.
Só dessa forma poderemos vislumbrar naquele Município a tão sonhada paz no campo e o fim dos crimes praticados por pistoleiros a mando de inescrupolosos latifundiários.
Manifesto minha solidariedade aos militantes e dirigentes do PSOL de Unaí e de Minas Gerais, esperando que as autoridades competentes não deixe cair no esquecimento a denúncia que ora apresento.
Informo que estarei enviando cópias desse pronunciamento, bem como da carta de ameaças para as autoridades competentes no âmbito Federal e Estadual.
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